Sou corintiano. Graças a
Deus e ao meu querido e saudoso pai. Desde os tempos remotos em que me entendo
por gente.
Eu mesmo já fui vítima da
imbecilidade humana. Do ódio gratuito. Quando morava em Coronel Fabriciano, fui
assistir a um jogo do Galo contra o Flamengo no Ipatingão, estádio que fica na
vizinha Ipatinga. O Atlético precisava da vitória para se livrar do
rebaixamento. Meteu um 6 a 1 diante do time de Júlio César, arqueiro do Urubu na época.
Na entrada, eu e um amigo
estávamos nos dirigindo para o portão quando fui surpreendido por uma pedra em
minha face. A pedra era pra um flamenguista mas acabou atingindo meu rosto. Por
obra divina, não fiquei cego nem tive maiores sequelas, apesar do tamanho e do
impacto da batida. Fiquei apenas alguns dias com o rosto inchado...
Fizemos o B.O. A polícia o prendeu. Chegou uma intimação em minha casa e quando compareci a Delegacia,
me orientaram: “Olha, pra ser sincera, isso não dará em nada. No máximo o autor
pagará cestas básicas. Mas até sair a decisão, passará tanto tempo que nem
valerá a pena continuar com o processo. É melhor arquivá-lo”...
No país da impunidade , da
falsidade e do ódio gratuito, fica difícil ter esperança. Dou meu pitaco agora,
depois do tanto que se falou, porque só agora acho plausível me manifestar.
Acho que alguma medida tem que ser tomada. Alguma coisa deve ser feita. Mas não
concordo com a velha máxima de inocentes pagarem por culpados.
Quando fui atingido, pensava
que aquele marginal deveria pagar pelo que fez. Mas ele, como em muitos casos
Brasil afora de fatos que acontecem nos estádios e que não ganham o noticiário
esportivo, ficou impune.
A maioria dos fatos ficam a
margem da grande mídia e continuam a acontecer no entorno e dentro das arenas
esportivas. As vezes, até mesmo os jogadores instigam esse instinto assassino e
perverso do ser humano que não tem o que fazer...
Repito. Quantas vezes for
preciso. Se o brasileiro canalizasse essa revolta para protestar contra a
política e nossos políticos, nosso país seria outro.
Infelizmente a imprudência
ou espírito de porco de um corintiano ceifou a vida de um ser humano inocente.
Se a punição dada ao Corinthians garantisse que o que aconteceu será o último
caso, assinaria embaixo. Mas como ser humano, acho difícil isso acontecer. Até
porque o homem é infelizmente mau por natureza.
Nossas mazelas sociais devem
ser tratadas, assim como a violência no esporte. Quando atingirmos um patamar
de evolução, essa discussão não fará mais sentido, porque a sociedade haverá
superado vários traumas.
Até lá, qualquer mudança
nesse sentido deve ser mesmo proposta. Não sei se essa punição é a mais
correta. O jogo é um espetáculo que deve ter plateia. Mas também não sei qual
seria uma outra forma de punição exemplar.
Só torço para que as
autoridades, times e torcedores evoluam nessa discussão e que parem de machucar
e matar pessoas por uma coisa que deveria valorizar a vida e o bem estar...
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