26 de fev. de 2013

PITACO...




Sou corintiano. Graças a Deus e ao meu querido e saudoso pai. Desde os tempos remotos em que me entendo por gente.

Eu mesmo já fui vítima da imbecilidade humana. Do ódio gratuito. Quando morava em Coronel Fabriciano, fui assistir a um jogo do Galo contra o Flamengo no Ipatingão, estádio que fica na vizinha Ipatinga. O Atlético precisava da vitória para se livrar do rebaixamento. Meteu um 6 a 1 diante do time de Júlio César, arqueiro do Urubu na época.

Na entrada, eu e um amigo estávamos nos dirigindo para o portão quando fui surpreendido por uma pedra em minha face. A pedra era pra um flamenguista mas acabou atingindo meu rosto. Por obra divina, não fiquei cego nem tive maiores sequelas, apesar do tamanho e do impacto da batida. Fiquei apenas alguns dias com o rosto inchado...

Fizemos o B.O. A polícia o prendeu. Chegou uma intimação em minha casa e quando compareci a Delegacia, me orientaram: “Olha, pra ser sincera, isso não dará em nada. No máximo o autor pagará cestas básicas. Mas até sair a decisão, passará tanto tempo que nem valerá a pena continuar com o processo. É melhor arquivá-lo”...

No país da impunidade , da falsidade e do ódio gratuito, fica difícil ter esperança. Dou meu pitaco agora, depois do tanto que se falou, porque só agora acho plausível me manifestar. Acho que alguma medida tem que ser tomada. Alguma coisa deve ser feita. Mas não concordo com a velha máxima de inocentes pagarem por culpados.

Quando fui atingido, pensava que aquele marginal deveria pagar pelo que fez. Mas ele, como em muitos casos Brasil afora de fatos que acontecem nos estádios e que não ganham o noticiário esportivo, ficou impune.

A maioria dos fatos ficam a margem da grande mídia e continuam a acontecer no entorno e dentro das arenas esportivas. As vezes, até mesmo os jogadores instigam esse instinto assassino e perverso do ser humano que não tem o que fazer...

Repito. Quantas vezes for preciso. Se o brasileiro canalizasse essa revolta para protestar contra a política e nossos políticos, nosso país seria outro.

Infelizmente a imprudência ou espírito de porco de um corintiano ceifou a vida de um ser humano inocente. Se a punição dada ao Corinthians garantisse que o que aconteceu será o último caso, assinaria embaixo. Mas como ser humano, acho difícil isso acontecer. Até porque o homem é infelizmente mau por natureza.

Nossas mazelas sociais devem ser tratadas, assim como a violência no esporte. Quando atingirmos um patamar de evolução, essa discussão não fará mais sentido, porque a sociedade haverá superado vários traumas.

Até lá, qualquer mudança nesse sentido deve ser mesmo proposta. Não sei se essa punição é a mais correta. O jogo é um espetáculo que deve ter plateia. Mas também não sei qual seria uma outra forma de punição exemplar.

Só torço para que as autoridades, times e torcedores evoluam nessa discussão e que parem de machucar e matar pessoas por uma coisa que deveria valorizar a vida e o bem estar...

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