16 de set. de 2016

#COLUNAECHARGE



O QUE OS JOGOS OLÍMPICOS ME ENSINARAM?

Que as vaias incomodam.  Que brasileiro não tem o que Temer. Que a trégua, o arrego, é dado e que o estado paralelo, dentro do Estado paralelo, é quem manda. Que complexo de vira lata é ultrapassado (Embora alguns engravatados insistam em querer fatiar e ceder o que é nosso, em “tenebrosas transações”).

Que o Galvão já deu. Que Neymala e Cia ltda resolveram ganhar o ouro, depois que perceberam que o menos em jogo nos jogos é a vaidade individual. Mas no final, o maior ‘ídolo nacional’, achando já ser um Zagallo com 5 Copas nas costas, manda um “vocês vão ter que me engolir”! Difícil demais. Que assim como em outros séculos, os gringo vieram aqui e levaram nosso ouro, prata, bronze...

Que a continência dourada é algo além da troca. Do escambo. Que têm outros tantos e tantas atletas a míngua. Abandonados a própria sorte. Muitos, tendo que fazer bingo pra arrecadar grana e assim poder viajar e competir. Que a mídia que cobriu os jogos e que chegou a fazer dezesseis canais para transmitir o evento em tempo real, não deu sequer um minuto para as vozes dos desabrigados e desalojados que cederam seus barracos e bairros para os equipamentos olímpicos.

Que a ‘limpeza’ feita pela prefeitura no centro carioca, chegando ao cúmulo de tampar um viaduto e deixar destampado quando tinha uma escola pra se ver, e não uma favela, não teve tanta repercussão assim. Que a mulher dançando com a máquina na abertura das paraolimpíadas foi uma das cenas mais emocionantes que já vi na vida. Que a mídia, sempre ela, não dá a mesma pelota pros atletas paraolímpicos (que são lembrados um cadim em época de jogos). 

Que o importante é ganhar medalha e não competir. Mas hein!? Que vaias incomodam. Que bandido evita aparecer em público. Que a eleição se aproxima e o legado é deixar largado. Que não há resultado sem incentivo. Econômico e moral. Que as mulheres negras campeãs olímpicas são f*&$#a pra car*&¨¨#$o!!! Campeãs mil vezes! Ser mulher e negra no Brasil e ainda estar viva já é um fato digno de medalha...

Que o melhor e o pior da gente é a gente. Que tem muito gringo babaca que acha que pode vir aqui e esculachar ainda mais. Que apesar dos pesares, o Rio continua lindo. E que o carioca tem que aprender que o Rio não é só dele. Aliás, como Ouro Preto não é só dos ouro-pretanos. Nem Mariana só dos marianenses...

          O que eu mais aprendi com os jogos foi isso. Talvez essa seja a maior mensagem deles. O que aprendi foi mesmo isso. E queria que essa interação olímpica que foi tão linda, fosse algo perene. Que assim como no esporte, muçulmanos, gays, judeus, palestinos, israelenses, negros, e etc, etc, etc se respeitassem e pronto. Que as fronteiras, o passaporte, não aprisionassem ainda mais pensamentos e sonhos.

Somente isso.


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